terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CULTURA É MOEDA DE TROCA POLÍTICA AINDA - Franklin Maxado

Nada referente à Cultura em Feira no discurso que o Prefeito Tarcísio Pimenta fez anteontem na abertura dos trabalhos legislativos na Câmara de Vereadores. E olhe que na assistencia estava o Vereador Alcione Cedraz que tinha sido seu Secretário até a poucos dias quando foi substituído pelo advogado Euclides Artur Andrade, remanejado da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

O deslumbramento do Prefeito é com a modernidade da inclusão digital e agora, que é um ano político, dar mais assistência à zona rural, além da segurança, pois o Município em geral está registrando muitos crimes, inclusive medonhos.

O Prefeito ainda se referiu à Saúde, ao Transporte, à Cidadania e a Educação. Nesta, naturalmente deve achar implícito a Cultura, Esporte e Lazer, daí a pouco atenção dada à Pasta. Aliás, o que é praxe em Feira para seus políticos pois acham que os artistas, como são independentes, votam em quem achar que merece e sem controle.

Assim, a Cultura em Feira continua sendo tratada como moeda de troca política e a sua Secretaria preenchida por gente de outras atividades e que tem formação ou mentalidade mais para censor do que para gestor e incentivador. O papel da Cultura ainda não está bem compreendido. Muitos dirigentes não dimensionam sua importância de ser uma das responsáveis pela união do povo brasileiro pelo seu caráter de representatividade e de criação. E, para se criar, a liberdade é ítem básico, além da educação e técnica.

Agora o lugar do ex-Secretario Alcione Cedras, da Cultura, foi remanejado da Secretaria de Desenvolvimento Economico, o dr.Euclides Artur. Falam que é do grupo politico do Deputado Federal Jairo Carneiro. Ele é advogado e foi delegado improvisado, o chamado“calça curta”, e já tinha ocupado a mesma Secretaria da Cultura no fim da gestão de ex-Prefeito José Ronaldo quando cogitou punir um participante do VIII Festival de Música Vozes da Terra por achar que estava atentando o pudor publico com a sua performance usando a liberdade de expressão.

Se não fosse política, o Prefeito Tarcisio Pimenta, tinha muitos outros nomes do ramo na mesma Secretaria e governo para nomear como Cesar Orrico Filho, Luiz Augusto Oliveira, Naron Vasconcelos, Lélia Fernandes , Nilton Bellas Vieira, Luluda Barreto, Adalton e Paulo Bindá. O ex-Secretario Alcione Cedraz não comprometia a gestão, embora sem ser do ramo, porque ouvia seus assessores, era tolerante e procurava acertar. Aí,o Prefeito Tarcísio, que veio da escola política de Colbert Martins, destoou pois ele escolheu nas suas duas gestões, Antonio Miranda, que é do Teatro e da Publicidade, e Armando Sampaio, que é do Turismo, e puderam fazer boa gestão.

Mas o Prefeito tem razão, pois muitos dos artistas feirenses ficam calados e coniventes, dizendo amém para ganhar uns favorzinhos de vez em quando com apresentações em alguma pracinha da cidade, porque para evento grande são chamados artistas de fora.

Se a Cultura em Feira se resume em fazer duas festas: Micareta e São João e mais um festivalzinho de música, além de administrar o Parque do Saber, o Centro Maestro Miro, o quase sempre fechado Teatro Margarida Ribeiro, o Estádio de Futebol e o Parque da Cidade, qualquer nome da composição de apoio ao Prefeito serve.

E não há uma política de fomento para os artesãos e artistas locais, mesmo porque seus políticos não avaliam a Música, Canto, Dança, Teatro, Artes Plásticas, Poesia e a Literatura para a divulgação dum Município do porte de Feira e para a geração de ocupações em geral. Além da construção para a auto-estima e educação do feirense.

“MUITAS COISAS PERIGOSÍSSIMAS’


Heitor Pedra Azul é um desses artistas brasileiros que vivem na Europa sem perder a sua nacionalidade. Ao contrário, reafirmando-a como agora escreveu um artigo “Muitas Coisas Perigosíssimas” que pode ser lido e acessado no “site” jornalgritocidadao@abdic.org.br cujo jornal é da Associação Brasileira de Defesa do Indivíduo e do Cidadão, de Vitoria, capital do Estado do Espírito Santo e no qual me inspirei para escrever a última coluna. Heitor é mineiro mas morou anos na Bahia e é músico, cantor, compositor e escritor estando há anos na França onde realiza “shows”em teatros, bares, restaurantes, sempre cantando música brasileira.


DANDO UM CHOCOLATE


A Escola de Samba Rosas de Ouro apresentando a cultura e a história do cacau e do chocolate ganhou o desfile de Carnaval da capital de São Paulo. Sabe-se que a Nestlé patrocinou o desfile dando um chocolate para o povo. Ou melhor, deu um “cala-boca” como propaganda para diminuir o grito daqueles que podem invocar a lei contra a formação de truste para produzir chocolate no Brasil. O CADE-Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão do Ministério da Justiça, praticamente aceitou a compra pela Nestlé da tradicional Fábrica Garoto, do Espírito Santo, como o jornalista Pettersen Filho escreveu no jornal “Grito Cidadão”, da ABDIC. O Brasil é um dos maiores mercados para o chocolate e a propaganda para dar ovos de chocolate na Páscoa pegou. Assim, os supermercados já estão cheios desses “ovos de coelhinho”.


DEUS E O DINHEIRO


Com o tema “Economia e Vida” onde condena os pecados da ambição, da ganância, do usura e do consumismo, o Arcebispo d. Itamar Vian lançou anteontem na Catedral na Missa de Cinzas, a campanha da Fraternidade deste ano. Relembrou que não se pode servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro, como está nos ensinamentos de Jesus, coisa que algumas outras religiões pregam diferente. .


DUAS GRANDES PERDAS


Feira de Santana perdeu recentemente dois dos seus grandes cidadãos. Um foi o ex-vereador e pecuarista Theódulo Bastos de Carvalho Filho , de tradicional família do Distrito de Bonfim e que morando em Feira exerceu diversos cargos, notadamente diretor do Rotary Clube. O outro é o intelectual, advogado, professor e folclorista Fernando Pinto de Queiroz que, entre outros trabalhos, foi um dos pioneiros da fundação da UEFS. Ele pertencia à Academia Feirense de Letras.


franklinmaxado@ig.com.br