sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ASSESSORIA DE IMPRENSA É PALAVRÃO PARA MUITOS - Franklin Maxado

Talvez seja um cabide de emprego onde um governante contente alguns jornalistas ou amigos, sem perceber para que, de fato, serve uma assessoria de Imprensa. Muitas vezes, nem sabe escolher seus assessores, pois é político e não especialista no assunto. Atualmente, as relações com a Imprensa e com os seus profissionais numa cidade grande não podem ficar na coisa da improvisação ou sem importância. Um governante ou um dirigente de empresa que queira fixar uma imagem positiva, deve dar atenção a essa relação com o Jornalismo, com a opinião pública..
A crescente Feira de Santana exigiu a criação de muitas assessorias de Imprensa, como por exemplo, a da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, dos Gabinetes de Deputado , da UEFS,a de órgãos públicos e particulares como a FTC, a UNEF, entre outros.
Uma assessoria de Imprensa deve tratar das relações entre os dirigentes, a repartição e a empresa com os profissionais e seus órgãos como rádios, jornais, televisões e até com os responsáveis por blogues na Internet.
Assim, um bom chefe de assessoria deve ser um profissional de comunicação experiente e que tenha livre trânsito no meio dos colegas. Enfim, um profissional respeitado e que respeite seus colegas. Por outro lado, deve ser alguém amigo do dirigente ou que tenha competência e credibilidade para poder aconselhá-lo na conduta específica sobre medidas e repercussões. Falar ou não falar. Como dar satisfações sobre certos acontecimentos. De que modo se portar etc.
A praxe em Feira é da Prefeitura e empresas de porte mandar “release” ou comunicado e esperar sair publicado praticamente o total do seu conteúdo. Pressupõe-se que os órgãos de comunicação dependem de propaganda para se manter ou ter lucro. E que seus profissionais assim noticiam sem contestação o que é informado, Sem comentários, contestações, indagações ou críticas.
Esse procedimento é facilitado porque a maioria dos profissionais de Imprensa em Feira, quer de rádios, televisão ou jornais, não são diplomados por faculdades. São provisionados devido à demanda do mercado. E, se formados, não se sujeitam ao salário que as empresas podem pagar. Vão trabalhar fora ou mudam para uma profissão ou atividade mais rendosa.

JORNALISTA X RELAÇÕES PUBLICAS

Com exceções, o costume do jornalista ou radialista em Feira é adular o poderoso, quer pólitico ou empresário, e noticiar o que lhe é favorável, principalmente se ele lhe arruma publicidade ou ajuda a manter o seu programa ou coluna. Como um misto de jornalistas. relações públicas e de publicitários, até omitem um fato que não seja favorável aos dirigentes, fazendo prática de uma auto-censura que nem na Ditadura imperava.
Com essas praxes ou desvios de conduta, é natural que as assessorias sejam fechadas para os profissionais de Imprensa. Até na Ditadura as assessorias eram abertas aos jornalistas para colherem notícias e indagarem, além de se informarem. Recebiam fotos de cobertura com dirigentes quando o jornal não as tinha. Agora, se o censor no jornal não deixava publicar, aí era outra história.
Talvez, muitos hoje vão lá para pedir favores ou para que o chefe da assessoria interceda junto com os dirigentes. Ou solicitar uma publicidadezinha ou alguma mordomia em promoções artísticas. Às vezes, até emprego. Aí , estão incomodando o expediente ou entrada em instalações fechadas num fundo de prédio ou em área de garagem, tendo uma simples porteira ou guarda vigilante com autoridade para barrá-los. O desrespeito ao colega no ofício pode chegar ao absurdo da assessoria de Imprensa virar mesmo repartição pública e exigir do jornalista que requeira por escrito e protocole para falar com assessor, marcando hora e apresentando perguntas previamente.
O chefe de uma assessoria de Imprensa deve cultivar a amizade com os colegas e ter o prestigio no Governo, com secretários ou com as diretorias para que os encaminhados colham as noticias ou se informem sobre os mesmos pelas fontes legítimas. Assim, ele deve ter competência, prestígio e respeito para poder instruir esses dirigentes no trato para com os colegas, Enfim, não se fechar em ás de copas, achando que os jornais não vão contrariar seus chefes porque estes podem calá-los com publicidade ou publicações de atos oficiais. Afinal, num governo democrático, o jornalista é os olhos, ouvidos e voz do povo e deve ser respeitado.
Para um fato negativo, deve ter estratégias para tratá-lo e não só fugir de informar como se nada aconteceu. Deve saber despistar ou informar da maneira mais simpática a fim de atenuar a repercussão. Enfim, deve tratar o colega que vai à assessoria que dirige como um profissional que quer saber dum fato, ter informações ou detalhes sobre o mesmo e não um cara que usa o seu ofício para pedir favores, tomar cafezinho, bater-papo e fazer amizades e relações públicas para proveito pessoal.
Deve enfim ser político, além de profissional de Imprensa, principalmente se faz assessoria para um político. Muitas outras coisas poderiam ser ditas nesta cidade que cresce muito e que improvisa profissionais para setores carentes de especialistas.

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